ATA DA CENTÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 06-12-2004.

 

 


Aos seis dias do mês de dezembro de dois mil e quatro, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Cassiá Carpes, Elias Vidal, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Maria Celeste, Pedro Américo Leal, Professor Garcia, Raul Carrion, Renato Guimarães e Wilton Araújo. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Cláudio Sebenelo, Gerson Almeida, Isaac Ainhorn, Juarez Pinheiro, Margarete Moraes, Maristela Maffei e Nereu D'Avila. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Nonagésima Terceira Sessão Ordinária, que deixou de ser votada, em face da inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados: pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente, o Pedido de Informações nº 173/04 (Processo nº 5574/04); pelo Vereador Beto Moesch, os Pedidos de Providências nos 2234, 2235 e 2236/04 (Processos nos 5627, 5628 e 5629/04, respectivamente); pelo Vereador João Antonio Dib, os Pedidos de Providências nos 2238 e 2239/04 (Processos nos 5652 e 5653/04, respectivamente); pelo Vereador Professor Garcia, os Pedidos de Providências nos 2230, 2231, 2232 e 2233/04 (Processos nos 5623, 5624, 5625 e 5626/04, respectivamente). Também, foi apregoado o Ofício nº 460/04, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando Mensagem Retificativa ao Projeto de Lei do Executivo nº 056/04 (Processo nº 5519/04). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 390, 406 e 407/04, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 254351, 255481, 255499 e 255609/04, do Senhor Arionaldo Bonfim Rosendo, Diretor Executivo do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Pedro Américo Leal referiu-se à da fuga do detento Dilonei Melara, da Penitenciária Estadual do Jacuí, analisando a ficha criminal desse prisioneiro. Em relação ao assunto, comentou legislação reguladora dos regimes penitenciários, a qual permite a progressão para o regime semi-aberto, asseverando que essa medida visa a diminuir a superlotação dos presídios do País. Finalizando, criticou a supressão do exame criminológico na Lei de Execução Penal. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria da Vereadora Sofia Cavedon, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Juarez Pinheiro, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Educação, Cultura e Esportes. Na ocasião, foi apregoada Declaração firmada pelo Vereador Carlos Pestana, Líder da Bancada do PT, informando o impedimento do Suplente Adeli Sell em assumir a vereança no dia de hoje, em substituição à Vereadora Sofia Cavedon. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Professor Garcia abordou as reivindicações de moradores do Bairro Santo Antônio, acerca da necessidade de alteração do trajeto na linha do ônibus Jardim Botânico, mencionando que essa mudança favorecerá a comunidade, pelo fato de abranger ruas com poucas opções de transporte coletivo. Também, noticiou não estar tendo sucesso nas tentativas de contato com o Diretor da Empresa Pública de Transporte e Circulação – EPTC, para tratar do assunto. O Vereador Raul Carrion examinou dados do desenvolvimento econômico do País, tais como cotação do dólar, criação de empregos, taxas de exportação e crescimento do Produto Interno Bruto, sustentando que o Brasil tem obtido resultados promissores nessas áreas, mas ainda insuficientes para as necessidades do País. Também, defendeu o fim das horas extras e a redução da jornada de trabalho para quarenta horas semanais, alegando que, dessa forma, seriam criados mais empregos. O Vereador Cláudio Sebenelo contestou pronunciamento do Vereador Raul Carrion, cobrando a fonte dos dados apresentados por Sua Excelência, principalmente em relação às informações sobre a diminuição do desemprego no País. Ainda, debateu acordo assinado pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre o Brasil e a Ucrânia, o qual prevê que aquele país possa usar a Base Aérea de Alcântara para o lançamento de foguetes espaciais. O Vereador Renato Guimarães discursou a respeito do Projeto de Lei do Legislativo nº 194/04, de sua autoria, que autoriza o Executivo Municipal a construir um monumento, no Bairro Jardim Botânico, em homenagem à luta pela inclusão social e acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência. Também, pronunciou-se a respeito de debates realizados nesta Casa, na atual Legislatura, tendo como preocupação a questão dos direitos das pessoas portadoras de necessidades especiais. A Vereadora Maria Celeste teceu considerações a respeito da realização da campanha de abrangência mundial que propõe dezesseis dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres, iniciada no dia vinte e cinco de novembro e que se estenderá até o dia dez de dezembro do corrente. Sobre a matéria, ressaltou os objetivos dessa iniciativa, enfatizando que essa campanha visa a evidenciar a violência contra as mulheres como forma de violação aos direitos humanos. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram, em 1ª Sessão, os Projetos de Lei Complementar do Executivo nos 005/04, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Maria Celeste e Renato Guimarães, 006 e 007/04, discutidos pelos Vereadores João Antonio Dib e Guilherme Barbosa, o Projeto de Lei do Executivo nº 055/04, discutido pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Resolução nº 118/04, discutido pelo Vereador Professor Garcia, o Projeto de Lei do Legislativo nº 232/04. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Professor Garcia relatou informações recebidas há pouco do Senhor Túlio Luiz Zamin, Diretor-Presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação – EPTC, de que até o final da semana corrente haveria uma definição sobre a possibilidade de reativação do trajeto da linha de ônibus Jardim Botânico, no sentido Bairro-Centro, conforme solicitação encaminhada pela comunidade do Bairro Santo Antônio. O Vereador João Antonio Dib lembrou o prazo exíguo que possui esta Casa para apreciação dos Projetos listados hoje em Pauta, tendo em vista o término da presente Legislatura. Ainda, contestou balancetes do Executivo Municipal, referentes a recursos oriundos do Sistema Único de Saúde, e questionou a legalidade de medida anunciada pelo Poder Executivo, de concessão de descontos para pagamentos antecipados do Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU. Às quinze horas e trinta e cinco minutos, constatada a inexistência de quórum, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária, a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pela Vereadora Margarete Moraes e pelo Vereador João Carlos Nedel e secretariados pelos Vereadores João Carlos Nedel e Wilton Araújo, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.

 

 


O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Exmo Sr. Presidente e Srs. Vereadores: Dilonei Melara - “osso na garganta” daqueles que lidam com a legislação penal. Criminoso que matou dois agentes penitenciários que conduziam, em ônibus, apenados para uma audiência lá pelas zonas das Minas, se não me engano, por Butiá, Ilha dos Ratos, em 1985. Todos se lembram do crime! Ele dirigiu mais de um levante, houve várias fugas, vários levantes que comandou e que terminou, cinematograficamente, dentro do Hotel Plaza São Rafael. Se não me engano, o Secretário de Segurança era o Eichenberg.

Mas eu procurei seguir tudo isso. Pois ele teve, às 19 horas, de 27 de agosto de 2004, numa sexta-feira, a passagem para o regime semi-aberto. Tudo isso para esvaziar as prisões do Brasil. Dava-se nova redação a um artigo da LEP - Lei de Execuções Penais -, e se dispensava o exame criminológico. Mas é um brinco, é uma gracinha o que fazem com o sistema penitenciário! O povo não entende! Mas como o Melara, que já aprontou tantas, está em liberdade no semi-aberto? Cogita-se isso, fala-se nisso, mas onde é que nós estamos? Mas é verdade. É que não sabem, e nem podem saber, que houve uma Emenda na Legislação Penal há um ano. Não se cumpre mais o básico da pena. Aliás, a pena não tem básico, não tem nada. É claro que deveria ter um básico. O sujeito que é condenado a 28 anos, pelo menos tem de cumprir 14 anos, mas não tem básico; é uma farra, é uma licenciosidade; tudo para esvaziar as prisões do Brasil. É coisa do Fernando Henrique Cardoso. Foi ele o grande inventor disso. Uma vez que um sexto da pena é ridículo, condenado a 60 anos de prisão, ele só cumpriu 30 anos e ainda com progressões de regime. É demais!

O mais grave da Lei de Execuções Penais, alterada há um ano, como dizia, é que se suprimiu o exame criminológico da Lei. Não há mais exame criminológico. Tudo para esvaziarem-se as prisões! Isso que é inadmissível. Para esvaziarem as prisões do Brasil, eliminou-se o exame criminológico. E se faz tudo para esvaziarem as prisões do Brasil. O exame era realizado por psicólogos e psiquiatras, fazia referência ao potencial do apenado na reincidência de crime, com a previsão de testes, exames. Eu denunciei várias vezes a sua retirada, os senhores têm certeza disso, passei anos e anos, até desisti, não falava sobre o tema, de que isso se daria. E se deu. Falei em tribuna, é uma das mais graves condescendências dadas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que dia a dia se agiganta.

Nós não sabemos mais o que vamos fazer. O sistema penitenciário é uma coisa! Mais grave que a fuga do Melara, é a revisão da LEP, da Lei de Execuções Penais. Aí é que reside o problema. E temos de recompor o problema do sistema penitenciário; temos de ter celas. Quantas vezes eu disse aqui? Os senhores me ouviram, anos e anos falei sobre isso. Deixei de falar. Mas atentem bem: tem de haver um básico da pena. A legislação penal tem de atentar para uma coisa: a pena é dada pelo juiz, mas há um básico da pena que tem que ser cumprido pelo apenado, sem recurso, sem nada. Ali há dois advogados me espreitando. Quero que me espreitem; é porque eu tenho certeza de que tenho razão, e aqui no Plenário há vários advogados, que não se movem, nem se mexem; nada dizem a respeito do básico da pena. Claro que nós temos de cumprir o básico da pena! Tem de haver um básico da pena. Não pode ser um sexto da pena; senão, é ridículo. É de se dizer: “Quá-quá-quá...” É de rir.

 

O Sr. Juarez Pinheiro: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Já passou o tempo, e não digo isso para me salvar. Eu gostaria de dar o aparte pela sua petulância de pedir um aparte, porque esta matéria é indefensável. Seja lá o advogado que for, que venha ao microfone dos apartes, eu o bato, porque ele não terá razões que possam antepor-se à defesa da sociedade! A sociedade está fremindo, está nervosa. Mas como? O Melara solto! Progressão de regime! Está no semi-aberto! Como? O homem atacou o Plaza São Rafael, matou gente, e agora se cogita o alívio da sua pena.

Sr. Presidente, muito obrigado pela sua concessão e condescendência. Eu sei que a matéria é grave e que interessa a todo o povo de Porto Alegre, que está nervoso. Os assaltos são muitos na Cidade; não param de assaltar. V. Exª sabe quantos homens estão foragidos? Quatro mil e trezentos, segundo o jornal de hoje. Mas eu digo a V. Exª: há dez mil foragidos em Porto Alegre, pululando por aí. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): A Verª Sofia Cavedon solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje.

 

(Obs.: Foi apregoado o Requerimento de Licença da Verª Sodia Cavedon e dada posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

O Ver. Professor Garcia está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Ver. João Carlos Nedel; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, no bairro Santo Antônio está havendo uma movimentação, porque os moradores entendem que a linha do ônibus Jardim Botânico tem que retomar o seu itinerário antigo. Qual era o itinerário antigo? No ano de 2001, houve toda uma movimentação, e foi alterado o trecho do ônibus Jardim Botânico, que, no sentido centro-bairro, vinha pela Rua São Luís, entrava na Rua Luiz de Camões, Trav. São Manoel, Rua Euclydes da Cunha, atravessava a Rua La Plata e ia até o Jardim Botânico. Houve uma troca de itinerário, fazendo com que, no retorno, na Rua La Plata, o ônibus pegasse a Av. Ipiranga, a Rua Vicente da Fontoura e Rua São Luís. Ou seja, os moradores perderam o trecho correspondente às Ruas São Luís, Luiz de Camões, Trav. São Manoel e Euclydes da Cunha. Já faz quatro anos que se está discutindo isso. Depois de muita mobilização por parte dos moradores, conseguiu-se que esse trecho do qual nós falamos no sentido Centro/Bairro permanecesse, porque a idéia inicial da própria EPTC também era de fazer uma alteração nesse trecho.

O que nós questionamos hoje - e já tivemos uma conversa no mês passado com o Presidente da EPTC, Túlio Zamin - é que, quando sai da Rua La Plata e entra na Av. Ipiranga, ninguém pega o ônibus Jardim Botânico, porque nessa avenida há uma superoferta de ônibus. Quando o ônibus entra na Rua Vicente da Fontoura também já há a oferta dos ônibus Santana e São Manoel. Ou seja, desnecessariamente, em um trecho de mais ou menos um quilômetro e meio, há vários ônibus; em compensação, no trecho da Rua Euclydes da Cunha, Trav. São Manoel e Rua São Luís, a população está descoberta. Além disso, há a Escola Apeles Porto Alegre, há o Colégio Santo Antônio, o Colégio Rainha do Brasil, as pessoas dessas escolas utilizam esses ônibus, e muitos usuários ficaram prejudicados. Imaginem os senhores aqueles que moram por ali, uma criança descendo em uma parada da Rua Vicente da Fontoura, indo até a Rua Luiz de Camões para estudar ou no Colégio Rainha do Brasil, ou no Colégio Santo Antônio.

No mês passado, tivemos uma reunião, e foi acordado que a EPTC faria um estudo para analisar a viabilidade de retorno do ônibus chegar na Rua La Plata e entrar pela Rua Euclydes da Cunha. Só que já faz mais de um mês - a nossa assessoria do Gabinete tem mantido contato permanente -, e até agora não obtivemos resposta. Estamos curiosos porque todas as vezes que nós falamos com o Presidente Túlio Zamin - é um gentleman -, ele sempre nos atendeu bem, dando-nos retorno, mas dessa vez nós não conseguimos entender, não sei se é porque está no final de Governo, nós não temos tido retorno. Nós não temos tido retorno. A população precisa saber se vai ocorrer ou não.

Então, o que nós estamos fazendo aqui, de público, é solicitar que o Presidente da EPTC, o Sr. Túlio Zamin, se posicione, que venha a público dizer: “Olha, não é possível fazer essa alteração, por estudos técnicos” ou “É possível, e vamos fazer uma discussão com a comunidade.” O que nós não conseguimos entender é essa ausência de resposta, essa não-configuração à verbalização, porque, mesmo em fim de gestão, a Cidade continua, a Cidade não pára, as ações continuam. E hoje vamos tentar fazer um contato, por telefone, com o Presidente Túlio Zamin - parece que vai ser Secretário da Fazenda, em São Leopoldo. Eu acho que ele tem esse compromisso com a Cidade. E o que nós queremos é simplesmente uma verbalização, não a omissão. A omissão é sempre a pior parte, e nós não concordamos com isso. Por isso, a comunidade espera; o Diretor do Colégio Santo Antônio, Professor Homero, já colocou o Colégio à disposição. Sabemos que, na reunião, vão estar presentes mais de quinhentas pessoas, porque a movimentação é grande, a comunidade clama por esse atendimento. E volto a dizer: o que nós não conseguimos entender é a omissão. Dizer sim ou não é uma posição mais digna. Omissão é “empurrar com a barriga” algo que, muitas vezes, pode não ter um posicionamento claro. E nós não aceitamos isso. O que nós queremos e esperamos é que o Presidente Túlio Zamin, com a maneira que sempre agiu até aqui - e tenho certeza de que ele não vai falhar agora, no final -, tome uma posição, nem que seja para dizer à população os porquês de não ocorrer a mudança ou os porquês de haver a mudança. Mas o calar, o não pronunciar é algo que nós não aceitamos e vamos fazer esse contato pessoal. E volto a dizer: se não houver uma resposta, voltaremos a ocupar esta tribuna para denunciar isso, que nos causou surpresa, porque entendemos que não se faz política e atendimento público dessa forma. A eleição passou, mas a Cidade continua. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Raul Carrion está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. João Carlos Nedel, que preside esta Sessão, demais Vereadores, Vereadoras, todos que nos assistem aqui e nas suas Casas, eu queria, no dia de hoje, neste período de Comunicações, tratar um pouco das questões econômicas do nosso País, cujos dados mostram exatamente o contrário do que falam alguns, Ver. Juarez, como o ex-Presidente, de triste memória, Fernando Henrique, quando diz que o País não se movimenta.

Nós chegamos na sexta-feira, Ver. Renato Guimarães, a um dólar valendo 2,69 reais - valor mais baixo dos últimos 12 anos, mostrando como se deu a recuperação da economia. Nós devemos lembrar que, na saída do Governo Fernando Henrique Cardoso, o dólar já beirava a quatro reais, mostrando a crise profunda em que ele deixava o País.

Neste ano, até agora, foram criados dois milhões de empregos. Poderíamos comparar também com o período do então Presidente Fernando Henrique, período do chamado “exterminador do futuro”, em que milhões de empregos foram perdidos. Não é o caso de que foram criados poucos empregos, Ver. Leal. Não! Na verdade, foram eliminados postos de trabalhos. Se pegarmos a Balança Externa de pagamentos, o Brasil, até esses primeiros dias de novembro, Ver. Guilherme Barbosa, teve um superávit comercial de 29,5 bilhões de dólares - o maior superávit de toda a história do País nos 504 anos de Brasil, revertendo uma situação em que os Governos neoliberais haviam levado o País para um déficit crescente.

O PIB, Ver. Renato Guimarães, depois de duas décadas de crescimento pífio - para não dizer de decrescimento, ou seja, “crescimento que nem rabo de cavalo”, como diz o gaúcho, para baixo -, pela primeira vez, chegou a 5,3%; eu acho que foi nos últimos anos um crescimento recorde se considerarmos as duas décadas perdidas, quais sejam, as décadas de 80 e 90. A relação dívida-Produto Interno Bruto teve um decréscimo ainda muito limitado, porque a própria dívida estacionou e decresceu um pouco, mas, principalmente, porque o PIB aumentou. São questões extremamente auspiciosas, que nós queremos registrar de forma rápida, porque o tempo não nos permite aprofundá-las, mas que fazem com que o povo brasileiro tenha uma esperança maior.

Quero dizer que, apesar dos resultados positivos, o PCdoB ainda considera insuficiente a política macroeconômica, considera que os juros, que já baixaram de 26% para em torno de 17%, se tomarmos como referência a data da saída de Fernando Henrique, ainda devem baixar mais, para permitir um crescimento permanente e sustentado, considera que devemos trabalhar para o minoramento da própria carga tributária, em suma, considera que é necessária uma série de questões.

Queria também aproveitar para fazer referência a uma pequena notícia publicada hoje, no jornal Correio do Povo, na página 13, que mostra como a jornada de trabalho de 44 horas semanais está, de certa forma, sendo burlada crescentemente pelas horas extras. Hoje, 29 milhões de brasileiros trabalham além das 44 horas, através das horas extras. Por isso existe a luta do movimento sindical e das forças progressistas pelo fim das horas extras - fora as situações realmente excepcionais -, porque só isso aumentaria em grande número as ofertas de empregos, que hoje não existem por conta das horas extras. Além disso, a luta pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, limitando-se as horas extras, faria com que criássemos milhões de empregos que são necessários. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é realmente uma questão extremamente confusa essa que trouxe o Ver. Raul Carrion nesta tribuna há poucos instantes. Ora, quase um uníssono do Partido dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul - da Democracia Socialista e de mais da metade do Partido dos Trabalhadores - acusou Lula de ser o culpado da sua acachapante derrota e que o Presidente da República fazia uma política exatamente igual a de Fernando Henrique Cardoso, uma política neoliberal, uma política baseada, inclusive, no superávit primário exigido pelo Fundo Monetário Internacional. Agora, o senhor representante do PCdoB, Ver. Raul Carrion, diz que a economia foi recuperada, economia essa que segue um modelo tão condenado a ponto de a Deputada Heloísa Helena, de a Deputada Luciana Genro e de outros políticos de nome nacional que tiveram uma atuação crítica em relação ao Governo Lula causarem uma cizânia fantástica nacional: o Partido do Governo e o Partido do PT, o Partido de José Genoíno e o Partido de Raul Pont.

É muito interessante isso para saber quem é o responsável por essa beleza de resultado, magnífico! Queria perguntar ao Ver. Raul Carrion se foram criados 2 milhões de novos empregos no Brasil, eu gostaria de saber de onde ele tirou essa cifra, qual a referência e, principalmente, qual o dado oficial ou trabalho científico, alguma coisa com rigor acadêmico... Porque, por exemplo, nós sabemos que o Programa Primeiro Emprego no ano de 2003 gerou um emprego; mais de setecentos mil reais lançados para estruturar o Programa Primeiro Emprego, que gerou um só. Por falar nisso, Ver. Raul Carrion, eu vou lhe passar o original do jornal que diz (Lê.): “A Ucrânia vai explorar Base de Alcântara. Lula autoriza acordo semelhante ao que criticou”. Faça o xerox, por gentileza, depois me devolva.

 

O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Sebenelo, em primeiro lugar, é uma satisfação e agradeço o aparte concedido. Queria dizer que - esses dados estão na imprensa, mas vou providenciar uma cópia para V. Exª - é mais do que sabido e noticiado que o Brasil se encontra num momento de expansão econômica, de geração de posse, mas vou conseguir todos os dados que V. Exª pede, porque acho esse pedido justo, para que V. Exª tome conhecimento e, ao tomar conhecimento, certamente irá para a tribuna elogiar esse importante trabalho que o Governo Lula está realizando.

Quanto ao acordo com a Ucrânia, evidentemente foi noticiado, mas nós já pedimos o teor do protocolo que foi assinado. Pode haver semelhanças, mas nós não acreditamos que seja tão entreguista quanto o acordo que pretendia ser feito com os Estados Unidos.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Está aí a notícia de que o acordo é ipsis litteris do acordo anterior. Isso V. Exª pode confirmar, inclusive lendo essa notícia.

 

O Sr. Raul Carrion: Sim, a notícia diz isso, mas eu estou falando...

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: V. Exª usa notícias, usa jornais para dizer que a informação é legítima e que foram criados 2 milhões de empregos! Agora, quando eu uso o jornal para mostrar essa notícia, V. Exª não aceita!

 

O Sr. Raul Carrion: Vou buscar o protocolo.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: E a outra eu tenho de aceitar também? A sua? A do jornal?

 

O Sr. Raul Carrion: Temos conhecimento... de todos os analistas econômicos, Vereador.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Muito obrigado pelo seu aparte.

Por último, quero pedir que Exª tenha a bondade de juntar, entre os empregos perdidos e jogados fora no Governo Fernando Henrique, a rejeição da fábrica Ford no Rio Grande do Sul, que atirou pela janela mais de dez mil empregos.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Renato Guimarães está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, o esforço do Ver. Sebenelo e dos representantes do PSDB em quase atuar como coveiros, tentando escavar, novamente, defuntos da política, no passado, faz com que eles não consigam dialogar com o presente da política. Acho que isso é um problema. O PSDB e o PFL estão vivendo um problema: só conseguem fazer política com o passado, e isso cria uma contradição enorme.

Eu queria usar este tempo para fazer o registro de que hoje corre, na Ordem do Dia, Ver. Juarez Pinheiro, um Projeto de nossa autoria que chama a polêmica, porque é um Projeto autorizativo - trata da questão de autorizar o Prefeito. Mas esse Projeto vem a partir de um pedido do Fórum Municipal de Pessoas Portadoras de Deficiência no sentido de construir numa praça na Cidade, indicada por esse mesmo Fórum, um monumento em homenagem à luta pela inclusão social e pela sensibilidade de pessoas portadoras de deficiência. O Projeto está na Ordem do Dia, sendo uma solicitação desse Fórum, que fez o seu encaminhamento. Portanto, gostaria de solicitar que pudéssemos hoje, na Ordem do Dia, fazer essa votação.

Aproveito a oportunidade para fazer o registro de que inauguramos, em 2002, neste Parlamento, através de um Seminário promovido pelo nosso mandato, um debate sobre a questão da reabilitação física, motora e ocupacional em Porto Alegre. Concluímos ser esse tema de grande importância a partir de dados da Organização Mundial da Saúde que apontam 10% da população mundial com problemas, com tipos de deficiência. No Brasil, dados do IBGE apontam 15% da população também com algum tipo de deficiência, para o que é necessária uma atenção do conjunto das forças políticas, do conjunto das atividades públicas da política no sentido de construir ações públicas para atendimento desse setor. Esse Seminário, promovido em 2002, desencadeou um conjunto de ações da municipalidade.

No dia 23 de setembro de 2004, houve um Seminário realizado pela Prefeitura e por um conjunto de entidades do Município que criou um grupo de trabalho, o qual destacou um conjunto de ações, desencadeando uma ação central para o próximo período. Chamou as autoridades para debater a necessidade da municipalização daquele centro de reabilitação que há ali no início da Av. Bento Gonçalves, que pertencia ao antigo INPS, agora atuando nas atividades do INSS. Mas aquele centro está desativado, então uma das pautas encaminhadas nesse Seminário municipal foi a municipalização desse centro de atendimento, que é uma das bandeiras desse grupo de trabalho. O Seminário elaborou propostas e as encaminhou para a equipe de transição do futuro Governo, para que a gente possa ter dele o compromisso de colocar em prática a proposta de um plano municipal, de um programa municipal para a área da reabilitação física e também motora.

Acho importante destacar também que surge, no trazer à tona o debate sobre a reabilitação, a necessidade de capacitarmos, cada vez mais, a sociedade, os familiares de pessoas portadoras de deficiência a atuarem junto como cuidadores, de modo que, cada vez mais, a família se coloque no espaço como cuidadora. O Seminário apontou isso, e o Município, por sua Secretaria Municipal, já desenvolve ações nesse sentido - é interessante a gente destacar essa questão.

Por fim, quero fazer aqui o registro de que tanto no nosso Seminário como no Seminário Municipal ficou apontado - e acho que é uma tarefa deste Parlamento cobrar isso no próximo período; eu pretendo deixar aqui a sugestão de uma comissão externa que estude essa matéria - de nós, Parlamento, fazermos um levantamento na rede municipal que atende pessoas portadoras de deficiência, mas especificamente na rede que atende a criança e o adolescente. Existe um vazio de atendimento na área de reabilitação da criança e do adolescente, e acho que cabe a este Parlamento, para o próximo período, constituir uma comissão especial que trate especificamente desse tema e trazer aqui o operador direto, o gestor municipal, o estadual, o federal e o conjunto das entidades que fazem reabilitação física em Porto Alegre, para que a gente possa, junto com esse Seminário, junto com as ações do grupo, através da Câmara de Vereadores, também apresentar propostas para o próximo período. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. A Verª Maria Celeste está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Sofia Cavedon.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, o assunto que eu trago a esta tribuna no dia de hoje é extremamente importante, pois se refere à Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que teve início no dia 25 de novembro e que vai estender-se até o dia 10 de dezembro. Uma campanha de abrangência mundial, promovida pelo Centro para Liderança Global das Mulheres, realizada desde 1991 em aproximadamente 130 países, dentre eles o Brasil.

O grande objetivo dessa campanha é evidenciar a toda a sociedade que a violência contra as mulheres é, de fato, uma violação aos direitos humanos. Por esse motivo, este ano, a campanha teve início no dia 25 de novembro, por ser a data alusiva ao Dia Internacional da Não-Violência contra as Mulheres, e terá o seu encerramento no dia 10 de dezembro, exatamente porque é o Dia Internacional dos Direitos Humanos. Integra, ainda, a Campanha 16 dias de Ativismo o dia 1º de dezembro, que é o Dia Mundial de Luta contra a AIDS, e o dia 6 de dezembro, data em que lembramos o massacre de mulheres de Montreal, que marca a Campanha Mundial do Laço Branco.

O slogan da campanha mundial, para este ano, é: “Pela saúde das mulheres, pela saúde do mundo, basta de violência!” No Brasil, a campanha que se concentra no fortalecimento da auto-estima das mulheres tem como slogan específico: “Uma vida sem violência é um direito das mulheres.” Essa campanha visa sensibilizar toda a sociedade, pois a discussão acerca dos direitos e da violência contra as mulheres é de interesse - ao menos deveria sê-lo - de todos nós, homens e mulheres.

É por isso que eu trago esse tema para esta Casa, uma Casa que produz leis, uma Casa composta por homens e mulheres preocupados com a situação dos homens e das mulheres da cidade de Porto Alegre. Afinal, a situação em que a maioria das mulheres, no mundo, se encontra é profundamente alarmante: de 1,2 bilhão de pessoas em todo o planeta que vivem abaixo da linha da pobreza, ou seja, que ganham menos de um dólar por dia, Ver. Juarez Pinheiro, 70% são mulheres; no mundo, um em cada cinco dias de falta no trabalho é decorrente da violência doméstica sofrida por mulheres em suas casas; a cada cinco anos a mulher perde um ano de vida saudável por sofrer violência doméstica, por sinal, esse tipo de violência compromete 14,6% do Produto Interno Bruto da América Latina e do Caribe, cerca de 170 bilhões de dólares, o custo no Brasil atinge 10,5% do PIB. Já ao destacar a relação entre saúde e violência, verificamos que a violência contra a mulher se configura também como um problema de Saúde pública.

Todos esses temas são importantes de serem debatidos, principalmente a questão da Aids, e aqui em Porto Alegre nós avançamos muito na construção dessas políticas. A política e as ações governamentais devem trazer no seu bojo essa questão, essa ótica, esse olhar, pois só assim nós teremos conquistas de fato, e não meras concessões, como atualmente a gente vê. Afinal, se é verdade que o mundo avançou nas últimas décadas quanto aos conceitos da democracia política para o da democracia social, é igualmente verídica a afirmação de que precisamos atingir em nossa sociedade um outro estágio, qual seja, o alcance da democracia paritária. Penso ser esse o nosso maior desafio para, efetivamente, este século ser realmente o século das mulheres. Obrigada, Srª Presidente.

(Não revisto pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço à Verª Maria Celeste. Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1.ª SESSÃO

 

PROC. N.º 5510/04 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N.º 005/04, que cria o Conselho Municipal de Comunicação, oficializa a Conferência Municipal de Comunicação e dá outras providências.

 

PROC. N.º 5511/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 055/04, que oficializa a Feira de Antigüidades na Praça Daltro Filho aos sábados.

 

PROC. N.º 5516/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 118/04, de autoria dos Vereadores Professor Garcia, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib e João Carlos Nedel, que denomina Domingos Spolidoro a Sala da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul (CEFOR) da Câmara Municipal de Porto Alegre.

 

PROC. N.º 5559/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 232/04, de autoria dos Vereadores Sofia Cavedon e Isaac Ainhorn, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Kurt Albert Goldberg.

 

PROC. N.º 5616/04 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N.º 006/04, que altera a redação da alínea “a” do art. 2o da Lei Complementar nº 409 de 13 de janeiro de 1998, alterada pela Lei Complementar nº 465 de 23 de agosto de 2001. (III Perimetral/inclui Rua Dona Teodora/bônus desapropriação)

 

PROC. N.º 5617/04 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N.º 007/04, que autoriza a alienação de imóveis do Município de Porto Alegre situadas no loteamento Porto Seco e dá outras providências.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, bateu a fúria legiferante no Executivo Municipal. O Prefeito está com uma fúria de fazer leis que dá gosto de se ver: seis são os Projetos na Pauta para serem discutidos hoje. Nós temos, depois da Sessão de hoje, mais quatro Sessões Ordinárias, portanto os Projetos do Prefeito, a não ser por alguma razão extraordinária, não serão votados. E alguns eu até acho que não precisavam ter sido encaminhados, como o que cria o Conselho Municipal de Comunicação, oficializa a Conferência Municipal de Comunicação e dá outras providências. Poderia ter sido deixado para o próximo Prefeito sem nenhum problema, não alteraria a vida da Cidade.

Outro Projeto oficializa a Feira de Antigüidades na Praça Daltro Filho aos sábados; eles já estão fazendo a feira, não há o que oficializar, mas ele está mandando mais um Projeto de Lei. Em outro Projeto de Lei, o Prefeito pretende dar incentivos na permuta de áreas para extensão da 3ª Perimetral até a Rua Dona Teodora.

E há mais um Projeto de Lei, por meio do qual ele pretende vender imóvel do Município situado no loteamento Porto Seco e dá outras providências. Tenho certeza de que a Cidade não seria prejudicada, em momento nenhum, se fosse deixado para o próximo Prefeito, no mês de janeiro, encaminhar, porque é no ano que vem que nós vamos analisar isso.

Ele também mandou um Projeto, na semana que passou, de abertura de crédito especial e agora manda para Casa uma Mensagem Retificativa àquele credito especial em que ele pede 380 mil e 448 reais para publicidade. Nós estamos a 25 dias do fim do ano, e ele está pedindo 380 mil e 448 reais para publicidade (Lê.): “Ensejando a presente suplementação que ainda abrange a necessidade de realização de campanha institucional relativa ao IPTU, esclarecendo sobre as formas e condições de pagamento.” Eu não vou dizer que é ilegal o que o Prefeito está fazendo em matéria de IPTU, mas não é ética nem moral - eu afirmo com toda a tranqüilidade - a pretensão do Prefeito de fazer antecipação do IPTU, principalmente porque ele não tem necessidade desses recursos. Eles vão ter de me explicar por que, no dia 30 de setembro, a Prefeitura tinha mais de cem milhões de reais na rede bancária e agora precisa de dinheiro para completar os pagamentos para saudar os seus compromissos, lembrando que, no ano passado, com a antecipação do IPTU, a Prefeitura fez uma arrecadação de 215 milhões de reais.

Ver. Guilherme Barbosa, números são números e sobre eles a gente não mente, aritmética é aritmética, geometria é geometria, é coisa de árabe também dizer os números com alguma certeza, e eu gosto de fazer a apreciação correta de quem, no ano passado, disse que ia faltar dinheiro, e não faltou dinheiro, terminou o ano com CDBs no sistema bancário. E aí me disseram: “Mas havia restos a pagar”. É verdade! Então, pedi que me explicassem por que, no mês de janeiro, aumentou a aplicação em CDBs. Não me explicaram até hoje!

Então, na realidade, a fúria legiferante do Executivo Municipal impressiona-me, não acho correto, não acho ético e acho que deveria ser muito mais bem pensado. Ainda bem que, na Mensagem Aditiva para créditos especiais na Prefeitura, o Prefeito não colocou como fez Raul Pont no passado: “Se a Câmara aprovar, eu aumentarei o percentual de 4% para 5%”. E foi por Ofício, não precisam me olhar, porque há Ofício, não há problema nenhum, mas o Prefeito João Verle foi mais ético. Saúde e PAZ!

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Margarete Moraes): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, primeiro vou deter-me nesse último Projeto que o Ver. João Antonio Dib citou, a respeito de verbas de publicidade, a Mensagem Retificativa. É sobre a questão da campanha institucional relativa ao IPTU, e eu sou daqueles Vereadores que já utilizaram três vezes a tribuna e continuo fazendo o desafio, porque, no ano passado, mais de 40% da população antecipou o IPTU com o pagamento em dezembro. Vejam, quem pagar em dezembro terá um desconto de quase 30%! E eu pergunto: quem pode pagar não vai pagar? Faço esse desafio! E não é uma questão para o Governo A ou para o Governo B, é uma questão diretamente da economia do bolso de cada um dos contribuintes. Quem pode pagar, claro que vai querer pagar 30% menos, ou não? “Não, eu não vou pagar, porque eu não quero prestigiar o Governo Verle, vou prestigiar o Governo Fogaça”. Não se trata disso!

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Queria observar a V. Exª que, realmente, numa economia como a nossa, esse desconto todo mexe com qualquer um, mas o problema é que a classe média está despojada de caixa. Então, naturalmente, V. Exª poderá dizer: “É melhor pagar antecipadamente o IPTU agora em dezembro do que aplicar o dinheiro na poupança”, aliás quem disse isso foi um economista e comentarista, o Baldi. A questão é ter o recurso para pagar, Vereador, essa é uma outra dificuldade e que transcende ao Governo Federal, que V. Exª representa, que o PTB representa, que está todo mundo lá, o meu Partido não está.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Mas V. Exª representa o Governo Estadual, que também está antecipando ICMS, IPVA, com os mesmos princípios, Ver. Isaac Ainhorn, e o bolso é o mesmo.

Eu vou me deter em um outro Projeto, que acho importante.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Ver. João Antonio Dib, eu lhe concedo um aparte porque acho que a discussão na Casa é salutar.

 

O Sr. João Antonio Dib: Nobre Ver. Professor Garcia, só que o Prefeito João Verle está avançando na Receita do ano que vem, quando ele não será Prefeito.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Por gentileza, eu lhe faço uma pergunta: V. Exª vai pagar o IPTU do seu imóvel agora ou vai deixar para depois?

 

O Sr. João Antonio Dib: Eu vou lhe responder: já encontrei várias pessoas que não pagarão porque não admitem que o Prefeito use a Receita do ano seguinte.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Gostaria de ter o nome dessas pessoas para parabenizá-las, porque é uma visão diferenciada, Vereador. Eu volto a dizer que essa questão “mexe no bolso”, e são 30% menos, então, vamos trabalhar sobre essa visão.

Mas quero também comentar um pouco sobre um Projeto que é de todos membros da Comissão de Economia, Finanças e Orçamento - deste Vereador, Ver. João Carlos Nedel, Ver. Gerson Almeida, Ver. Guilherme Barbosa e também do Ver. João Antonio Dib -, que denomina Domingos Spolidoro a Sala da Comissão de Economia, Finanças e Orçamento, sala da CEFOR. É importante saber que Francisco Spolidoro foi eleito Vereador em 1947, aqui na Câmara, sendo o primeiro Presidente da Câmara Municipal; criou a Comissão de Orçamento em 1949; presidiu o I Congresso Câmaras Municipais do Rio Grande do Sul; foi Vice-Presidente da Câmara Municipal em 1951; Presidente da Comissão do Orçamento; primeiro Diretor-Geral do Departamento do DEPRC; em 1954, foi eleito Deputado Estadual; em 1962 foi eleito Diretor da Petrobrás, ou seja, uma pessoa que teve, durante toda a sua vida, uma larga trajetória, e esta Casa ainda não tinha um nome para a Comissão de Economia, Finanças e Orçamento. Então, entendemos ser mais do que justo homenagear uma pessoa que, ao longo de sua vida, se doou para o bem comum, trabalhou para a sua comunidade e foi o criador da Comissão. Então, a sala da Comissão de Economia, Finanças e Orçamento será denominada Domingos Francisco Spolidoro. Muito obrigado, Srª Presidenta.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; colegas Vereadores e Vereadoras e demais pessoas que nos acompanham, da mesma forma que, após as eleições - e não sendo reeleito o mesmo grupo político -, têm de continuar os serviços na Cidade, as obras na Cidade, da mesma forma este Executivo e seu chefe - o Prefeito João Verle - vão continuar, sim, propondo à Câmara de Vereadores aqueles projetos de lei que acham importantes para a Cidade. Se seguíssemos o raciocínio do Ver. João Dib, deveríamos ter parado tudo, serviços, obras e assim por diante. Portanto, não há razão para achar que o Executivo não deva mandar projetos de lei que considere importantes. Depois, se o novo Prefeito eleito, José Fogaça, achar que não são adequadas as leis, mandará um outro projeto para cá, pois terá uma maioria folgada, folgadíssima maioria, para aprovar o que quiser.

Eu também me manifestei de forma discordante, e o Ver. João Dib, que, assim como eu, faz contas, sabe que não é verdade aquilo que ele afirmou, que com a antecipação do IPTU, no final do ano passado, a Prefeitura arrecadou quase duzentos milhões. O Ver. Dib esqueceu-se de somar o repasse feito pelo Governo do Estado do IPVA e do ICMS. Essa soma é que chegou a quase duzentos milhões, não foi do IPTU apenas. Portanto, é preciso fazer uma vírgula.

A segunda questão: o Prefeito João Verle está fazendo, com a antecipação do IPTU, o mesmo que fez no ano passado por necessidade de recursos. Ou alguém ia querer que tivéssemos parado os serviços da Cidade, que são em alto nível, ou que tivéssemos parado as obras que são necessárias, ou que não pagássemos a folha dos municipários? Inclusive, isso para nós é a primeira prioridade, assim como foi no Estado, com o Governador Olívio Dutra, diferente de outros Governadores recentes.

Portanto, nós não vamos modificar isso; e sempre considerando que esses valores de aplicação serão em seguida utilizados naquilo em que já há empenho. Essa é a realidade, Ver. João Dib.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Guilherme Barbosa, sei que o IPVA será antecipado pelo Estado, mas está dentro do período da administração do Governador Rigotto, e a Prefeitura recebe na mesma hora 50% do que for arrecadado dos veículos que aqui estão, eu sei que o ICMS vai ser antecipado, mas dentro da administração do Governador Rigotto. Agora, o Prefeito João Verle quer antecipar o IPTU, uma Receita de outro Prefeito, e eu tenho dúvidas até a respeito da legalidade, art. 113 da Lei Orgânica.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Por absoluta necessidade. Depois, quando V. Exª se manifestar sobre isso, por favor, diga também o que a Prefeitura não deve pagar: se é a folha dos municipários, agora no final do ano; se é o 13º salário em dezembro ou se são os serviços das empresas ou as obras também das empresas.

Bom, mas quero comentar dois Projetos importantes encaminhados pela Prefeitura - pelo Prefeito João Verle - a esta Câmara. Um, que o Ver. João Dib passou reto - só citou o Projeto -, pretende que a Câmara autorize a Prefeitura a usar o mesmo processo que foi feito ao longo da 3ª Perimetral, em dar a opção para os proprietários dos imóveis que serão desapropriados na continuação da 3ª Perimetral, já que nós conseguimos incluir, no planejamento desta, além daquele planejamento inicial, mais um viaduto, que é sobre a Av. Farrapos, e o alargamento da rua que vem logo a seguir, que é a Rua Dona Teodora. Esse procedimento em que a pessoa opta entre dinheiro ou índice construtivo foi muito positivo ao longo da 3ª Perimetral, facilitando a negociação para desapropriações e fazendo com que a Prefeitura não precisasse desembolsar uma grande quantidade de recursos financeiros, em dinheiro sonante, digamos assim. Portanto, isso foi positivo e vai ser positivo também para que a gente consiga alargar a Dona Teodora, de tal maneira, Ver. Pedro Américo Leal, que vamos sair da Av. Nonoai, na Zona Sul da Cidade, e vamos chegar à auto-estrada em grande condições de conforto e segurança.

Um outro Projeto do Executivo também importante para Cidade é o que trata da ampliação da estrutura do Porto Seco, vendendo mais áreas para que as empresas já localizadas possam ampliar o seu espaço, ou também que novas empresas comprem a área para se colocarem, para se estabelecerem na região do Porto Seco, fortalecendo esse empreendimento que dá muito resultado, nós sabemos, para a nossa Cidade.

Portanto, são dois Projetos muito importantes para a Cidade, e tenho certeza de que a Câmara de Vereadores irá aprová-los. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, Sras Vereadores, Srs. Vereadores, há pouco minutos nós falávamos a respeito da questão da EPTC com o Presidente Túlio Zamin. Fizemos um contato telefônico, e ele, através desse contato, nos verbalizou por que até agora não saiu a reunião ainda do Jardim Botânico. Disse que até o final desta semana estará sendo feita a contagem do número de veículos que passam entre a Rua Euclydes da Cunha e a Av. Ipiranga, mais a questão também do número de usuários do ônibus. Provavelmente, até o final da semana, ele vai nos dar uma posição quanto à viabilidade ou não do retorno do Jardim Botânico no sentido Bairro/Centro, fazendo aquele itinerário que nós comentamos: Ruas La Plata, Euclydes da Cunha, São Manoel, Luiz de Camões, São Francisco, fazendo o trajeto normal.

Então, como nós havíamos feito essa crítica ao Presidente, fizemos o contato, e ele nos deu o retorno. De público - e esta é minha maneira de ser -, venho aqui colocar o que o Secretário me disse. Muito obrigado, Srª Presidenta, eu tinha de fazer este relato.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, o Projeto que eu gostaria de discutir - e que está em 1ª Sessão de Pauta - é o Projeto do Governo Municipal que cria o Conselho Municipal de Comunicação, oficializa a Conferência Municipal de Comunicação e dá outras providências. Na realidade, este Projeto vem regulamentar um Decreto que já existe desde maio de 1989, o Decreto nº 9.426, que criou o Conselho Municipal de Comunicação e a Conferência Municipal de Comunicação. Então, é uma exigência legal da institucionalização desse Conselho e dessa Conferência, não só pela questão da Lei Complementar nº 267 como também do próprio Decreto nº 9.426.

Mas ele tem no seu bojo uma novidade: ele amplia o número de conselheiros de 21 para 25. E traz, também, a questão da representação desse Conselho: um quinto das entidades serão de classes representativas dos profissionais de comunicação; um quinto, formado por entidades ligadas à comunicação comunitária, abrindo um espaço importante para que as associações de moradores, as comunidades de Porto Alegre possam discutir a questão da comunicação; um quinto será composto por entidades representativas dos veículos e empresas de comunicação do Município; outro quinto, por instituições da sociedade civil e, mais um quinto, por instituições ligadas ao Poder Público, preferencialmente o Executivo Municipal, o Legislativo Municipal e o Ministério Público.

A formatação desse novo Conselho foi aprovada na 1ª Conferência Municipal de Comunicação, realizada no ano passado, em 2003, na nossa Cidade. Uma Conferência prestigiada, trabalhada pelos profissionais da comunicação, tanto comercial quanto comunitária, dirigentes municipais, Sindicatos, professores, estudantes, entidades civis e membros que já participam desse Conselho, bem como os representantes do OP, tendo suas conclusões, dessa grande Conferência, ratificadas pelo IV Congresso da Cidade.

E, aqui, eu quero salientar a importância da criação desse Conselho. Tomara que tenhamos tempo para correr pauta nessa questão e poder ainda aprovar este Projeto neste ano, porque ele traz o mérito em seus objetivos. A segunda alínea diz o seguinte (Lê.): “Estimular a organização e a participação da população e suas entidades representativas na implementação de medidas em defesa do interesse público na área da comunicação.”

Nós temos visto que esta tem sido uma grande discussão na nossa Cidade: os meios de comunicação, a forma como é passada a comunicação para os homens e para as mulheres desta Cidade na questão dos valores apresentados. Então, existem várias políticas e discussões necessárias que precisam ser feitas nesse Conselho e que foram apontadas na Conferência Municipal, que devem, de certa forma, ser trazidas para esta Casa, para que nos apropriemos dessas discussões.

Eu acho interessante porque nós temos, muitas vezes, Ver. Haroldo de Souza, que é um comunicador da nossa Cidade, visto nos meios de comunicação músicas, programas televisivos extremamente perigosos para as crianças e para os adolescentes das nossas Cidade, no sentido de passar uma imagem, um valor completamente incorreto. E eu diria mais: no sentido de estar formando crianças e jovens de uma maneira muito errada no sentido da organização dessas pessoas enquanto seres que estão em desenvolvimento, principalmente na questão de valores, na questão da educação, nessas questões importantes e pertinentes para se viver numa boa sociedade.

Então, acho fundamental que possamos estar nos apropriando dessa discussão. Este Projeto vem, lamentavelmente, no final deste ano legislativo, mas ainda em tempo de podermos aqui, talvez, fazer um acordo, passar essa Pauta rapidamente, para que possamos, neste ano, votar esse Conselho e regulamentar a questão de um Decreto que já desde maio de 1991 existe na Cidade. Muito obrigada.

(Não revisto pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu também, Verª Maria Celeste, quero destacar a tramitação deste Projeto em Pauta e, junto com o destaque, quero fazer uma solicitação para que possamos, em regime de urgência, aprovar este Projeto na Casa. Ele cria no Município de Porto Alegre o Conselho Municipal de Comunicação e oficializa, como fórum máximo, o debate em relação às questões voltadas à comunicação, a jornais comunitários, a rádios comunitárias, à expressão de publicidade e comunicação do Poder Público local, ao conjunto das ações nas Secretarias que envolvem ações comunicativas de educação ambiental, educação para o trânsito.

Portanto, é relativo a toda política de comunicação, envolve a forma como os setores, os órgãos públicos do Município - também a articulação desses órgãos públicos via Prefeitura Municipal - e sociedade estão-se organizado no âmbito das relações de diálogo e de comunicação. Acho que é de enorme importância isso. Nós temos essa legislação aprovada para dar seguimento ao que já vem sendo feito. Há um acúmulo através da Conferência, há um acúmulo através de uma rede que já se constitui, uma rede importante, já consolidada no sentido dos jornais comunitários. É embrionária ainda no sentido das rádios comunitárias, porque sabemos o conjunto das divergências que há nesse setor sobre o funcionamento das rádios comunitárias, como isso está colocado. Inclusive, protocolamos, junto com a Verª Berna Menezes, neste Parlamento, um Projeto que na realidade já é um movimento nacional, trazendo parte da outorga de funcionamento das rádios comunitárias para o Poder Público local. Com isso, o espaço de fiscalização, o espaço de entrada e o protocolo para funcionamento das rádios ficariam organizados no âmbito municipal, e as estruturas de aprovação do Dentel, de aprovação da Agência Nacional de Comunicação ficariam ligadas ao Ministério das Comunicações, portanto ao Governo Federal. Que se possa, então, fazer uma parceria através da Prefeitura, já que a rádio comunitária é de atendimento às necessidades locais, compondo isso com a necessidade da regulamentação federal. O Conselho Municipal de Comunicação e a Conferência têm papel estratégico nesse debate. Vão passar por esses espaços o conjunto do debate da regulamentação das rádios comunitárias e a ampliação da rede de jornais comunitários.

Buenas, nós temos dez dias de trabalho pela frente aqui na Câmara, mas acho importante destacarmos um Projeto destes aqui, a fim de que ele possa ser votado até o final do ano, porque vamos deixar para a próxima gestão uma ferramenta importante para organizar esse setor que lida com a comunicação alternativa, no sentido de dar mais espaço para a comunicação alternativa. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, há poucos minutos, nesta tribuna, discutindo Projetos em Pauta, eu lembrava que o término desta Legislatura se dará com mais quatro Sessões Ordinárias, eu dizia que a fúria legiferante do Executivo não tinha validade, porque não daria nem tempo de correr a Pauta. Mas a agilidade é grande, já está sendo chamada Sessão Extraordinária para a Pauta, para dar viabilidade aos Projetos da fúria.

Eu também disse que a cobrança antecipada do IPTU poderia até ser legal, mas, no entendimento deste Vereador, ela não era nem ética e nem moral, porque se estaria avançando numa Receita do próximo ano, quando haverá um outro Prefeito. E eu não considerava isso correto, não é dentro da sua administração, é na administração de um outro Prefeito que ele está interferindo. E tenho todas as razões do mundo para entender que a Prefeitura manobra com o dinheiro. Já mostrei aqui o problema do SUS, do dinheiro que manda o Ministério da Saúde para Porto Alegre: 427 milhões de reais no ano passado, e o Balanço da Prefeitura registrou 251 milhões de reais. Eu volto a dizer o que disse todas as vezes: não estou denunciando como corrupção, não! Eu só gostaria de saber como é usado o dinheiro. E ninguém me explicou! E neste ano é pior do que no ano passado, no mês de outubro apresentaram no Balanço cinco milhões de reais; só em outubro, uma das ordens bancárias do Ministério da Saúde era de 30 milhões de reais. Eu quero que me expliquem como é que usam o dinheiro da Prefeitura. Volto a dizer o que eu dizia: pode até ser legal a atitude do Prefeito, mas é antiética e imoral.

Agora, eu vou colocar a minha dúvida sobre a legalidade, Srª Presidenta, e vou fazer um Requerimento por escrito para que, com a urgência com que votam Sessões Extraordinárias para correr Pauta, me seja dito o que significa o art. 113 da Lei Orgânica. Ele diz (Lê.): "Somente mediante lei aprovada por maioria absoluta" - vale dizer por Lei Complementar - "será concedida anistia, remissão, isenção ou qualquer outro benefício ou incentivo que envolva matéria tributária ou dilatação de prazo de pagamento de tributo e isenção de tarifas de competência municipal”. Então, é muito claro: qualquer outro benefício ou incentivo que envolva matéria tributária ou dilatação de prazo - aqui é antecipação de prazo. Mas é benefício, sim; é incentivo, sim! E isso é proibido por lei, a Lei Orgânica Municipal!

Eu vou fazer o Requerimento e quero ver se, amanhã, na Sessão da Comissão de Justiça, ele será analisado, para que, na quarta-feira, este Plenário possa, com soberania, decidir sobre o futuro desta Cidade, que não pode ser pela vontade de S. Exª o Prefeito, que sei que tem dinheiro para pagar os servidores, sei que tem o dinheiro para pagar 13º salário! Por que antecipar o IPTU? Eu não sei. Mas, no entendimento claro, preciso e conciso do art. 113 da Lei Orgânica, ele não pode fazer isso sem uma Lei Complementar. E eu quero ver a mesma agilidade, Srª Presidenta, para a resposta do que eu vou formular, da questão que eu vou redigir, para que não haja dúvida. Saúde e PAZ! Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Visivelmente não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 15h35min.)

 

* * * * *